1º Simpósio do Grupo Doença de Crohn / Colite Úlcerosa foi um sucesso na Abrunheira

DSC02222O 1º Simpósio do Grupo Doença de Crohn / Colite Úlcerosa decorreu este sábado, 2 de julho, no auditório da Caixa de Credito Agrícola do Baixo Mondego, na Abrunheira.

O Encontro foi aberto pelo administrador da entidade bancária que disponibilizou o seu auditório à população, destacando o dinamismo que a CPA tem demostrado através de várias realizações de índole desportiva, cultural e social. Este foi um aspecto aproveitado por José Carvalho, Presidente da Casa do Povo de Abrunheira, entidade co-organizadora do Simpósio, agradecendo a parceria que a entidade bancária tem estabelecido ao longo destes anos com a Instituição, enaltecendo as excelentes condições que o auditório proporciona, assim como a pertinência do tema e qualidade dos oradores que fizeram parte dos diversos painéis deste evento.

Ângela Silva e Nuno Marques, Administradores do grupo Doentes de Crohn/Colite Úlcerosa, destacaram que este encontro permitiu o estreitar de laços e o aumento de conhecimento teórico sobre a mesma problemática. A Grupo surgiu da necessidade de criar um núcleo de pessoas e profissionais que se identifiquem com esta realidade nacional.

“ CONTROLAR A DOENÇA E NÃO SER CONTROLADO PELA DOENÇA”

Este foi o lema que deu inicio à apresentação de Raquel Gonçalves, directora do serviço de Gastroenterologia do Hospital de Braga, sobre as doenças inflamatórias intestinais, a sua origem, a questão do DNA, sendo esta uma doença genética sujeita a factores ambientais, ao stress, ao tipo de dieta, determinados antibióticos e mesmo ao tabaco, sendo considerada uma doença dos países mais desenvolvidos, incidindo no norte e sul da europa e muito raramente em africa. A Doença de Crohn é por isso apelidada de doença da globalização. Quanto a sintomas, é manifestada por dor abdominal, diarreia, emagrecimento, anemia, problemas oculares, de pelo, fígado e rim. Foram neste painel apresentados meios de diagnóstico, exame e tratamento, e apontadas as soluções farmacológicas, cirúrgicas, nutricionais e mesmo tratamentos biológicos.

Tratamentos farmacológicos em doenças inflamatórias foi o tema trazido por Teresa Rosete, mestre em tecnologias domedicamento e docente na faculdade de farmácia de Coimbra que falou sobre inflamação, estratégias terapêuticas e a sua ação na doença, as respostas imunológicas, em que situações atuam e as várias respostas que proporcionam.

Foi ainda destacado o papel da fisiopatologia, farmacoterapia assim como a terapêutica biologia, aludindo aos mais recentes avanços científicos de cada uma destas áreas. Este painel foi moderado por Jorge Pedrosa professor titular da faculdade de Ciências da Saúde da Universidade do Minho e director da Vida e Ciências do Instituto de pesquisa da Saúde, Questionando os oradores sobre o método de transplante fecal e a sua eficácia, tratando-se de um método experimental mas que tem registado grandes resultados segundo a comunidade científica. Este foi um painel bastante participado pelo público interpelando os oradores com diversas questões e dúvidas, nomeadamente a relação da genética e do clima com a doença tema deste Simpósio.

“HÁ VIDA NO INTESTINO”

Foi o mote de início do segundo painel iniciando com uma abordagem da terapia integrativa nas doenças inflamatórias intestinais por Ana Lúcia Saraiva, com curso superior de acupuntura e fitoterapia, medicina tradicional chinesa, abordando a epigenética, a física quântica adaptada ao tratamento, terapia vibracional, chamando especial atenção para o experimento da dupla fenda. Ao longo da sua exposição falou ainda dos padrões de repetição e o que influencia aquilo que somos, como agimos, diferenciando cada individuo. Outra vertente prendeu-se com a electroterapia e a medicina tradicional chinesa e o modo como os órgãos estão associados às estações do ano, sendo uma explicação por exemplo para os ciclos de alergias, o aumento de mortes no outono etc…

A polaridade, fitoterapia e acupunctura foram profusamente abordados, ressalvando a importância de equilibrar os sistemas entre os órgãos, terminado com a curiosidade de que uma só grama de fezes tem mais bactérias do que seres humanos no mundo.

Este painel foi moderado por Nancy Contente, enfermeira no serviço de Gastroenterologia do Hospital Distrital da Figueira da Foz, que fez a ponte entre as questões levantadas pelo público e os oradores como foi o caso de Joana Coutinho, enfermeira com especialização em aplicação de métodos naturais, aluna de naturopatia, destacando a importância da naturopatia, os benefícios da correta utilização dos poderes das plantas nomeadamente na desintoxicação do organismo e para uma boa manutenção da higiene intestinal e controlo do stress assim como no alívio da dor. Foram ainda abordadas as potencialidades da aromaterapia, homeopatia, terapia electromagnética e massagens especificas adaptadas a cada caso, terminado com a máxima de que “AS FORÇAS NATURAIS ESTÃO DENTRO DE TI”.

O terceiro e último painel debateu o papel da medicina familiar nas doenças inflamatórias com Hugo Ribeiro, médico com mestrado em Geriatria pela faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e Médico da Casa do Povo de Abrunheira.

Foi abordada a importância de um pré-diagnóstico e consequente diagnóstico, relembrando os sintomas gerais da Doença de Crohn / Colite Úlcerosa, como sejam as febres altas, fadiga ou suores nocturnos. Foi destacado  o papel do médico de família na sinalização da doença, assim como da Geriatria, tal como a necessidade de uma especial atenção dedicada às manifestações extra intestinais e o que se alcança através de um exame objectivo.

Foi igualmente destacada a importância da vigilância e complicações dos sintomas, as particularidades do tratamento e uma especial atenção que se deve reservar aos idosos, embora a doença também se manifeste em jovens adultos.

Os aspectos psicológicos nas doenças inflamatórias intestinais foi o tema trazido por Jorge Ascenção, Psicólogo Clinico na Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino, Associação Nacional de Doentes de Lúpus e Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla.

O diagnóstico, os aspectos psicológicos resultantes do diagnóstico da doença e o seu impacto no doente, a relação com o médico e o cateter duradouro da doença são aspectos determinantes da futura atitude do doente.

Como qualquer doença crónica é difícil ultrapassar, o doente fica sujeito a fases distintas, a negação/revolta que leva à sensação de impotência e consequentemente a estados depressivos, que conduzem muitas vezes a tristeza e internamentos constantes. Depois chega a fase de aceitação e integração, com novos quadros de auto-estima e o saber viver com a doença. Este tipo de doença é um estado dinâmico em que os quadros emocionais são voláteis por isso uma boa rede de suporte emocional é vital para manter a estabilidade emocional do doente e da própria família e amigos.

“NÃO TENHAM MEDO DE VIVER A VIDA”

Foi o mote para lançar o tema sobre cuidados de alimentação nas doenças inflamatórias intestinais  apresentado pelo nutricionista  Paulo Mendes que voltou a relembrar os sintomas, dor abdominal, diarreia, perda de peso, risco de desnutrição e os medos alimentares que afetam o doente.

Foram deixados alguns alertas para certos factores de risco como sejam certo tipo de dietas de baixo teor de fibra ou elevado teor de açúcar, o perigo de chás de emagrecimento e dietas para o mesmo efeito, apresentando um “fodmaps”, ou seja o mapa de ingredientes a evitar, tais como picantes, chocolate, café, especiarias.

A doença tem uma fase aguda, uma fase de recuperação e uma fase de remissão, embora seja crónica.

Este painel foi moderado por Nuno Marques Administrador do Grupo Doença de Crohn /Colite Úlcerosa, com que de resto se fechou a ação, tendo sido feito um balanço por todos os participantes e ficado no ar o agradecimento para a excelente organização do Simpósio por parte da Casa do Povo de Abrunheira, para uma constante dinâmica entre publico e oradores e extrema qualidade dos oradores que compuseram os diferentes painéis, tendo sido bastante enriquecedor este Simpósio que trouxe várias visões sobre a mesma problemática.

O 1º Simpósio Grupo Doentes de Crohn/ Colite Úlcerosa terminou com Ana Sotomayor da APDI a agradecer a iniciativa e a deixar a máxima de “Não tenhas medo de viver a vida”!

De referir que entre painéis foi servido almoço no Complexo Social Sénior de Abrunheira e todos os participantes foram convidados a conhecer a Abrunheira, tendo sido feito o percurso pedonal entre o auditório onde decorreu a ação e o Complexo Social Sénior, tendo também aqui sido elogiadas as condições oferecidas pelo auditório e as excelentes condições do Complexo Social Sénior.

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