A demência é um flagelo que ataca milhares de pessoas no nosso país. Nesse sentido, “Dar mais Memória à Memória” destina-se a pessoas de ambos os sexos, com Demência, ou que poderão vir a estar em risco de a manifestar. Destina-se igualmente a famílias dos indivíduos alvo de intervenção, uma vez que esta problemática  acarreta alterações ao nível do núcleo familiar, económicas, sociais e emocionais, levando ao desgaste, fadiga, stress e mesmo a depressão (Martins, Ribeiro e Garret, 2003).

Os utentes institucionalizados na Estrutura Residencial para Idosos da Casa do Povo de Abrunheira estão também abrangidos, assim como pacientes que não estejam institucionalizados, mas que carecem deste tipo de cuidados. O público-alvo contempla ainda a comunidade em geral, bem como encaminhados por instituições do Sistema Nacional de Saúde ou por outras Estruturas Residenciais.

A inovação é o sustentáculo deste novo conceito cujas soluções para este flagelo atualmente existentes se revelam bastante deficitárias. De uma maneira geral, os serviços e ambientes para este público-alvo não apresentam cuidados específicos de estimulação, dispondo de instalações e envolvências inadequadas. Estes fatores acabam por promover isolamento, distanciamento familiar e dos seus pertences e o consequente consumo excessivo de fármacos, levando a uma má qualidade de vida.

“Dar Mais Memória à Memória” inova desde logo na criação de um sistema de avaliação dos conhecimentos ainda registados na memória (memória das emoções), criando a partir daí estímulos neurossensoriais e somatossensoriais, direcionados e compatíveis com esses conhecimentos. Nesse sentido, pretende-se adequar espaços indoor e outdoor, com influência direta no estado psicológico e físico do indivíduo. Este projeto centra-se nas memórias remanescentes do paciente, com o intuito de lhes proporcionar um ambiente capaz de trazer recordações, sentimentos e valores pessoais, tornando-as mais próximas da sua natureza. Aposta-se na individualização, uma vez que cada utente tem uma história própria, sendo que os seus interesses podem não ser comuns.